A escala no Arquipélago de Abrolhos não estava nos nossos planos de viagem. Mas que plano de velejador é cumprido à risca? Nenhum!!! A frente fria que nos tem enviado fortes ventos de sul insistia em permanecer no nosso rumo, nos tornando a viagem menos prazerosa. Ossos do ofício, dificuldade frequente a todos que ousam descer a costa brasileira nesta época do ano.
Após dois dias de navegação contra vento e correnteza, chegámos já de noite e fundeamos no abrigo da ilha, para descansar um pouco. Abrolhos... "Abre os olhos..." O nome não me era estranho... Esperava encontrar uma ilha com um pequeno vilarejo e um povo hospitaleiro. Fiquei meio triste e desiludido ao ser informado que era vagamente habitado por meia dúzia de militares e dois ou três ambientalistas do IBAMA e, especialmente por ser estritamente proibido o desembarque em terra firme.
Na manhã seguinte, o Temüjin recebeu a visita do Hamaran, o Monitor Ambiental do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, cuja missão era nos informar acerca das regras restritas do local: “Não jogar absolutamente nada no mar, não pescar, não desembarcar em terra, com exceção da Ilha Siriba, desde que acompanhados por mim”. Assim foi. Fui conhecer a minuscula Ilha Siriba. Percorremos uma trilha estreita entre centenas de Atobás, pousados nos seus ninhos feitos no chão, guardando suas crias que treinavam o bater das asas ainda ralas de plumagem, para as fortalecer e preparar futuros vôos. Para fechar com chave de ouro, mostrou-me parte da riquíssima biodiversidade marinha do local, num deslumbrante mergulho de snorkel pelos recifes de coral. Nadei no meio de peixes de todas as cores e de tartarugas enormes.
Acabou por compensar a paragem. Obrigado Hamaram. Até à vista.
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